“Pulando igual uma pipoquinha”, foi assim que Josiane Silva definiu a alegria da filha Aysha Nascimento, de 7 anos, ao receber a notícia da cura há dois dias. A família descobriu por um caso que a criança, de apenas 1 ano e 8 meses na época, tinha um câncer no rim, após apresentar barriga inchada após chupar uma pata de caranguejo. Aysha foi transferida de um hospital no município de Ananindeua para o Octávio Lobo.
“Minha filha aprendeu a falar e a andar dentro do Hoiol, a infância dela praticamente foi dentro desse ambiente. A Aysha chegou a perder o cabelo cinco vezes durante o tratamento, foi muito difícil. Passou um filme na minha cabeça, entrei aqui carregando um bebê no braço e uma sacolinha de papel com os documentos. Ontem vi a minha filha caminhar pelos corredores tocando o sino. A médica perguntou ‘Aysha você quer tocar o sino?’, e ela retrucou: ‘É o sino que a gente toca quando está curada?’, e começou a pular e dar gritos de felicidade”, contou a mãe.
A alegria era tanta que a menina queria ‘pintar’ as duas mãos na Árvore da Cura. “Eu fiquei muito feliz quando a minha médica falou que eu estava curada, quero agradecer ao meu Jesus, a minha família e as minhas médicas que ficaram sempre ao meu lado”, disse a criança.
Estimativas – O câncer infantojuvenil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral após os acidentes. Para cada ano do triênio 2023/2025, O Instituto Nacional do Câncer estima 7.930 novos casos. A diretora técnica do Hoiol, a oncopediatra Alayde Wanderley, alerta que “os sintomas se assemelham a doenças comuns na infância, portanto febre sem associação com infecção, perda de peso excessiva, inchaço abdominal, nódulos e outros sintomas persistentes necessitam de avaliação médica especializada”.
“Os tumores da infância são mais agressivos, têm crescimento progressivo e rápido, mas em compensação as crianças respondem melhor ao tratamento que os adultos”. Ainda segundo a oncopediatra, na maioria dos casos, a quimioterapia é de caráter curativo, dependendo do grau de acometimento (estadiamento) do câncer. “O tratamento deve ser feito em centros com profissionais com expertise para tratar o paciente com esse perfil”, orientou.
Texto de Leila Cruz / Ascom HOIOL